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sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Turista - Resenha !






Não é incomum assistir a filmes que misturem gêneros diferentes, e este é um desses casos. É uma mistura de comédia romântica com suspense e uma pitada de filmes de espiões. Esses ingredientes filmados da maneira certa podem render filmes que sejam ao menos divertidos. Seja qual for essa maneira certa de fazer, o diretor Florian Henckel Von Donnersmarck (do ótimo A vida dos outros) não a encontra em momento algum do filme. A situação piora se considerarmos que ele escolheu lindas locações em Veneza e Paris.
Elise (Angelina Jolie) é uma misteriosa mulher que está em um café em Paris sendo vigiada por agentes secretos quando recebe um bilhete dizendo para entrar em um trem e fingir que ela conhece essa pessoa. Como vamos descobrir mais tarde, o autor do bilhete é um fugitivo que fez uma operação plástica para ficar irreconhecível e que é procurado tanto por esses agentes quanto pela máfia de quem roubou muito dinheiro. Até mesmo me pergunto se é tão fácil assim roubar da máfia, já que há sempre alguém em algum filme que já o fez.
O escolhido no trem é o professor de matemática Frank Tupelo (Johnny Depp). Ele é um homem pouco atrapalhado que se encontra metido em uma encrenca além do seu controle mas que mesmo assim está disposto a fazer de tudo para ajudar essa mulher que o meteu na maior confusão de sua vida. O interesse em ajudá-la, vem de uma paixão incontrolável que um começa a sentir pelo outro, mas essa paixão surge apenas do fato de serem os protagonistas do filme. Não há uma cena que possamos ver o surgimento dessa paixão, não há química entre os dois e não há dinamismo nas cenas.
Jolie interpreta sua personagem de maneira correta, mas sem muito brilho. Ela é uma mulher capaz de enganar todos os agentes que a estão seguindo, passar por uma estação de metrô lotada e ainda não amassar o seu vestido ou mesmo despentear o cabelo. A decepção fica por conta de Johnny Depp, que interpreta de maneira séria demais e totalmente fora do tom do filme. Pior ainda se considerarmos que o elenco secundário é composto de bons nomes e todos atuando de forma ótima, como Paul Bettany, por exemplo, que acaba se tornando o melhor personagem do filme.
Mesmo com tanto talento por trás das câmeras, o filme não consegue decolar em momento algum. Nem mesmo em seu desfecho com a já tradicional surpresa que faz com que o filme todo perca seu propósito. O diretor é um vencedor do Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Os roteiristas também são dois vencedores da academia, um pelo roteiro de Os suspeitos e outra pelo roteiro de Assassinato em Gosford Park, baseado em um filme francês de sucesso. E mesmo com tudo isso, falta dinâmica nas cenas, mais senso de humor e diálogos que prendam a platéia. Falta diversão, o que é mais importante em um filme como esse.

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