Desde seu anúncio em meados de junho, o retorno de "Shinobi" nunca empolgou. Talvez as más recordações de "Golden Axe: Beast Rider" para a atual geração e "Altered Beast" de PlayStation 2 tenham deixado os fãs da Sega com o pé atrás, e com razão. Com uma tarefa nada fácil, coube ao estúdio Griptonite mostrar que as franquias clássicas da produtora podem ser revistas nas gerações atuais e, principalmente, aproveitadas por velhos e novos jogadores.
Para isso, a produtora resolveu não arriscar, acolhendo a tradicional mecânica de plataformas com progressão lateral, além de aproveitar boa parte dos elementos que sempre deram certo na franquia: as magias do ninjutsu, os golpes especiais, os chefes futuristas da corporação Neo Zeed, além de ressuscitar alguns dos cenários mais icônicos e fases bônus conhecidas dos jogadores veteranos, mas que soam como novidade para os mais novos.
DNA de Shinobi
"Shinobi" é muito bem vindo ao acervo do 3DS, já que une o potencial do visual em três dimensões com a mecânica em progressão lateral que consagrou a série nos fliperamas.
Se a princípio, a ideia do retorno do Shinobi pode soar como mais uma picaretagem similar à vista em "Golden Axe: Beast Rider", o pessoal da Griptonite resolveu criar um jogo que realmente se integrasse à franquia, promovendo o retorno de elementos conhecidos dos fãs, como as magias, os poderes especiais com shurikens e até os vilões futuristas da Neo Zeed.
Cenários inspirados no passado
Apesar de abusar negativamente dos serrilhados e texturas pobres em seu visual de estilo cel shading, a construção dos cenários é bem decente, com destaque para alguns trechos claramente inspirados nos títulos "Shadow Dancer", "Shinobi III" e "Secret of Shinobi", como a parte da cachoeira, o laboratório de mutação genética da Neo Zeed e até uma corrida sobre o cavalo na floresta.
Além disso, os efeitos 3D chamam a atenção, principalmente quando surgem elementos da natureza, como chuva e neve, além da boa noção de profundidade oferecida pelos cenários de fundo.
Street Pass e outros extras
Recurso muitas vezes esquecido ou mal utilizado pelas produtoras, o Street Pass de "Shinobi" serve como um ótimo incentivo para aqueles que já terminaram o não tão longo modo de história.
Com 20 moedas do Street Pass é possível comprar um entre os 13 desafios específicos para esse modo, que obrigam ao jogador terminar as missões em um tempo limite e sem levar danos.
Além disso, o jogo presta uma homenagem à franquia ao contar detalhes curiosos sobre cada um dos jogos lançados até aqui, comentando inclusive as diferenças entre os jogos do fliperama e o dos consoles ou citando algumas referências culturais. Complemente o pacote com um modo de galeria completo, que serve para habilitar extras como arte conceitual, vídeos e trilha sonora.
Mecânica variada
Assim como o fliperama que originou a franquia, "Shinobi" de 3DS tem boa parte de suas fases em progressão lateral. O diferencial aqui é que vira e mexe o jogo se aproveita do 3D para oferecer novas perspectivas sem modificar a forma de controlar lateralmente o ninja.
Além disso, os combates contra os chefes são muito divertidos, já que cada um conta com um ponto fraco, desafiando ao jogador a descobri-lo ao mesmo tempo em que experimenta qual magia é mais adequada para acertá-lo. Por fim, a dificuldade está na medida certa: começa leve para o jogador entender os comandos e passa gradativamente a ficar mais difícil conforme chega próximo do fim. Por sorte, não há número limitado de vidas como nos tempos de Mega. Basta ter paciência para repetir as fases até decorar as melhores táticas. Mas, para quem busca um desafio maior, na dificuldade máxima o ninja tem vidas limitadas, como nos games de antigamente.
Assim como o fliperama que originou a franquia, "Shinobi" de 3DS tem boa parte de suas fases em progressão lateral. O diferencial aqui é que vira e mexe o jogo se aproveita do 3D para oferecer novas perspectivas sem modificar a forma de controlar lateralmente o ninja.
Além disso, os combates contra os chefes são muito divertidos, já que cada um conta com um ponto fraco, desafiando ao jogador a descobri-lo ao mesmo tempo em que experimenta qual magia é mais adequada para acertá-lo. Por fim, a dificuldade está na medida certa: começa leve para o jogador entender os comandos e passa gradativamente a ficar mais difícil conforme chega próximo do fim. Por sorte, não há número limitado de vidas como nos tempos de Mega. Basta ter paciência para repetir as fases até decorar as melhores táticas. Mas, para quem busca um desafio maior, na dificuldade máxima o ninja tem vidas limitadas, como nos games de antigamente.
PONTOS NEGATIVOS
Fases "bônus" mal executadas
Infelizmente, as fases de bônus que poderiam ser o diferencial do jogo nem de longe lembram os velhos tempos de Joe Musashi. Jiro, o novo Shinobi, anda de cavalo, mas a visão em diagonal da cena atrapalha bastante a diversão. Em outra, o ninja surfa a bordo de uma prancha motorizada, mas o controle das curvas pelo sensor de movimento faz com que o jogador perca o foco do 3D, deixando a tela embaçada e dificultando a visão. É uma pena, pois tratam de ideias interessantes, mas que acabaram não cumprindo as expectativas na prática.
Controle analógico
Apesar de muito bom para a maioria dos jogos, o analógico do 3DS poderia ter sido esquecido em "Shinobi". A alavanca não colabora muito quando o jogador precisa agachar rapidamente para fugir de um tiro do inimigo ou simplesmente para pular de uma parede a outra. Pior que isso é saber que o direcional digital está subutilizado ao servir unicamente para visualizar locais do cenário que não são mostrados pela câmera.
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